Monday, February 8, 2010

178.



gabriela vaz-pinheiro
coreografia para um museu público

Coreografar a fugacidade de gestos e movimentos, repetidos ou fortuitos, que caracterizam a passagem de um determinado número de pessoas por um dado espaço e num dado tempo, reflectindo em específico sobre a questão do processamento e passagem das audiências pelos museus públicos e tendo em conta que os seus “foyers” quase sempre os representam de forma simbólica. O projecto reflecte sobre os processos de análise, relacionamento e captação de audiências que todos os museus supõem, ao mesmo tempo que a presente instalação procura esbater noções de espaço "institucional" e espaço "alternativo".

A exposição apresenta material de pesquisa, como por exemplo, folhas retiradas de cadernos de apontamentos, recolhas de informação diversa junto dos museus contactados, documentos produzidos pelos participantes no processo preparatório, videos com diferentes posicionamentos no decorrer do projecto, uma peça sonora; e pretende criar um momento de contacto de um projecto in progress com a audiência que nele participou e com outras audiências. Nos objectos mostrados, desenhos, videos ou peças diversas, vive um processo continuado de reflexão sobre as questões críticas de que o projecto parte e outras que ele despoleta, desde questões basilares da origem e definção da obra de arte, às reconfigurações das noções de instituição e sistema da arte pela mão de artistas como Duchamp ou Broodthaers, à navegação do espaço museológico enquanto espaço genérico. Todos aqueles objectos são também resultado de um processamento do material e situações de trabalho com os participantes, de origem, profissões e idades muito diversas, cujo contributo permitiu testar vários aspectos das questões críticas do projecto, proporcionando também cumprir momentos de contacto com os processos de produção e institucionalização da obra de arte que de outra forma lhes estariam vedados.


Gabriela Vaz-Pinheiro é artista e investigadora que se tem debruçado sobre questões relativas ao reposicionamento de conceitos como: identidade e posições identitárias, localidade e a revogação das iconologias locais, narrativas do quotidiano, território e fluidez. Algumas destas questões tomam a forma de intervenções de carácter referencialmente contextual, tanto em Portugal como no estrangeiro.
http://publicmuseum.wordpress.com/



até dia 20 de Fevereiro
Horário: Terça a Sábado das 14h00 às 20h00
Espaço Campanhã, Porto
Rua Pinto Bessa 170, r/c trás, 122 Armazém nº 4 (atrás do BANIF)
Entrada livre

+ info:
Telef.  220938372 / 912897580 (Miguel Pinho)
http://www.plataformacampanha.com/