performances de nuno da luz + joana da conceição + jonathan uliel saldanha
PONTO DE FUGA
curadoria de joão laia
1 junho, 22h
galeria do torreão nascente da cordoaria nacional
Nuno da Luz
com Ressonância Assistida (2014-19)
Nuno da Luz (1984, Lisboa) mistura gravações de campo “com Ressonância Assistida” por percussão de metal e loops de feedback. Nas palavras da já falecida compositora norte-americana Maryanne Amacher: «Tom do lugar, experienciado, ouvido através da pele, detectado por sensibilidades sem nome, e impressão transportada pela pele, mesmo quando já não no lugar físico em si. Tom à nossa volta e connosco. “Não gosto do teu tom”, “gosto do teu tom”, “gosto do tom deste lugar”.»
Nuno da Luz, artista e publicador cujo trabalho circunscreve tanto o auditivo como o visual, na forma de eventos sonoros, instalações e materiais impressos (estes últimos distribuídos pelo colectivo editorial ATLAS Projectos), tem vindo a desenvolver, a par com exposições individuais e colectivas, a série de performances a vivo com Ressonância Assistida, desde 2014, com passagens por Santander (2019), Lisboa, Madrid (ambas 2018), Ficarra, Paris (ambas 2015), Porto, Nova Iorque e Berlim (todas em 2014).
Joana da Conceição
Singular Dividido (2019)
Nesta leitura a artista lança perante o público três elementos: luz, música e pintura. Esta última, de título, Essência Fantasma, é o único elemento fixado e serve de imagem de fundo ao concerto. A luz percorre freneticamente a pintura na forma de figuras simples, enquanto a música, de composição aberta, percorre o espaço. Uma máquina inventada pela artista para explorar o que sendo singular está dividido.
Joana da Conceição (1981, Rebordões) vive e trabalha em Lisboa. Concluiu a Licenciatura em Artes Plásticas – Pintura em 2004, e o Mestrado em Práticas Artísticas Contemporâneas em 2008, ambos pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Foi distinguida com o Prémio Anteciparte Millenium BCP (2005) e juntamente com André Abel formam a Tropa Macaca, duo de composição electrónica contemporânea.
Das últimas apresentações do seu trabalho destacam-se: O Berço de Vénus, BOCA, Braga, 2019; Guia Interior, Serralves em Festa, Porto, 2018; TODA MATÉRIA [OUTfest, Barreiro | ZDB, Lisboa | Galeria Lehmann+Silva. Porto], 2018; Cores em Silêncio, Galeria Lehmann+Silva, Porto, 2018; Síntese Radiante, Cinema Passos Manuel, Porto, 2017; Corpo que Sabe, Galeria Carlos Carvalho, Lisboa, 2015.
A Tropa Macaca conta com as edições em disco: Caçador do Futuro, LP [ 2018, Dunno (PL)]; Vida LP [2016, TTT (UK)]; Praga de Urubu Só Pega em Cavalo Magro one sided 12’’ [2014, Wasser Bassin (PT)]; Ectoplasma EP [2012, Software (EUA)]; Sensação do Princípio LP [2009, Siltbreeze (EUA)]; Fiteiras Suadas LP [2008, Qbico (IT)]; Marfim LP [2007, Ruby Red (PT)].
Jonathan Uliel Saldanha
HHY(2019)
A partir de uma mesa de mistura Jonathan Saldanha opera a sua cifra HHY, colidindo sons provenientes de zonas diferentes do seu trabalho onde sistemas de percussão, electrónica e voz se reorganizam em espectro e pressão.
Construtor sonoro e cénico, Jonathan Uliel Saldanha opera com o seu trabalho sistemas onde pré-linguagem, cristalização, animismo e eco se deslocam entre o som, luz, espaço e gesto.. Para além de VOCODER & CAMOUFLAGE, instalação apresentada nesta exposição, apresentou ainda em 2019 a peça SCOTOMA CINTILANTE, para coro de cegos e partitura-escultura (Universidade Católica do Porto, Teatro Nacional São Carlos Lisboa) na Bienal BoCa de 2019, e BROKEN FIELD ATLANTIS um concerto com partitura de luz (TMRivoli). Em 2018 apresentou a peça SØMA onde um grupo de adolescente surdos traduzem em gesto as filmagens de um tribunal animista, apresentado na Culturgest Lisboa e no TM Rivoli, Porto.
Membro fundador da plataforma de arte SOOPA, um laboratório visual, performativo e sonoro, com sede no Porto e ativo desde 1999. Cofundador da editora discográfica SILORUMOR. Em 2012, co-organizou o programa SONORES – som/espaço/sinal para a Capital Europeia da Cultura de Guimarães.
Deu concertos nos festivais Sónar, primavera Sound, Amplifest, Out.Fest, Milhões de Festa, Neopop, Elevate e em espaços como Ancienne Belgique em Bruxelas, Berghain Kantine em Berlim, Stubnitz em Hamburgo, Filmer la Musique em Paris e Issue Project Room em Nova Iorque. A sua música está editada na Ångström, Tzadik, Rotorelief, SiloRumor e Wordsound. Tem o filme/ensaio MÁQUINA DA SELVA / MUNDO DE CRISTAL editado pelo Museu de Serralves.